Há um ano, Eduardo Campos concedia sua última entrevista com expectativa de virada no cenário eleitoral.
“Quando eu sentar naquela bancada do Jornal Nacional, começa a minha campanha para ser presidente do Brasil”, repetia insistentemente o ex-governador Eduardo Campos a todos os seus aliados, quando confrontado sobre as dificuldades. A agenda era considerada estratégica para tentar vencer o desconhecimento do eleitorado e ter esperanças de reverter a desvantagem nas pesquisas. O passo seguinte era o início do guia eleitoral, que começaria na semana seguinte. Contudo, um dia após os tão aguardados 15 minutos da entrevista em cadeia nacional, o jato Cessna Citation, que transportava o socialista, caiu em Santos interrompendo, drasticamente, a carreira política do gestor.
“Quando eu sentar naquela bancada do Jornal Nacional, começa a minha campanha para ser presidente do Brasil”, repetia insistentemente o ex-governador Eduardo Campos a todos os seus aliados, quando confrontado sobre as dificuldades. A agenda era considerada estratégica para tentar vencer o desconhecimento do eleitorado e ter esperanças de reverter a desvantagem nas pesquisas. O passo seguinte era o início do guia eleitoral, que começaria na semana seguinte. Contudo, um dia após os tão aguardados 15 minutos da entrevista em cadeia nacional, o jato Cessna Citation, que transportava o socialista, caiu em Santos interrompendo, drasticamente, a carreira política do gestor.
A entrevista foi dura e tocou em temas polêmicos e delicados, como a
sua influência na nomeação da sua mãe Ana Arraes para o Tribunal de
Contas da União. a indicação de parentes para o Tribunal de Contas do
Estado, as restrições da sua vice Marina Silva ao agronegócio e as
contradições entre o discurso oposicionista da campanha e a parceria de
anos com o PT. Apesar dos percalços, a análise da coordenação da
campanha era que o gestor socialista conseguiu driblar as dificuldades
das perguntas e aproveitar a exposição que o programa dava. “Foi uma
entrevista provocativa e difícil, mas ele mostrou tranquilidade e foi
firme nas respostas”, afirmou um dos coordenadores do projeto, Sérgio
Xavier.
Nos últimos dias, os assessores descrevem Eduardo como animado,
sempre procurando não deixar os aliados caírem no desânimo com os
resultados adversos. Na época, ele oscilava em 9% das intenções de voto e
o seu apadrinhado político Paulo Câmara (PSB) marcava cerca de 11%.
Para reverter o resultado, intensificou a campanha no Sudeste e Sul,
onde era desconhecido, mas também reforçava o projeto do PSB no Estado,
encaixando compromissos locais na agenda. Foi ao Sertão, Mata Sul e
Agreste para tentar frear o avanço do senador Armando Monteiro Neto
(PTB) nas pesquisas.
“Eduardo era confiante e crescia nas adversidades. Estava seguro de
que iria para o segundo turno e venceria as eleições”, lembra um dos
coordenadores da campanha, Milton Coelho (PSB).
O desempenho do ex-governador nas eleições presidenciais será mais
uma incógnita que ficará na história da política. Ele conseguiria
quebrar a polarização entre PT e PSDB? Qual seria o seu desempenho nos
debates? Como enfrentaria as adversidades da campanha? Quem apoiaria
caso não passasse para o segundo turno? O resultado das eleições
estaduais teria sido diferente sem a comoção gerada por sua morte? São
respostas que o destino trágico fez questão de apagar.
Por Carol Brito
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
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