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Photo Credits: Before Afogados da Ingazeira | Jaelson Pontes AfterAfogados da Ingazeira | Jaelson Pontes |
A informação é da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). Em 2015, apenas 13 municípios chegaram à média histórica de chuvas em pelo menos um dos quatro primeiros meses do ano. Este ano, apenas dois não receberam chuvas acima da média, fazendo a má notícia prevista ir de encontro ao otimismo recente. Na primeira quinzena de fevereiro, só três cidades apresentaram índice de precipitação acima de 100% em relação ao esperado: Custódia, Ibimirim e Manari.
De acordo com o meteorologista Fabiano Prestrelo, a previsão de que choveria abaixo da média foi feita em consenso na reunião climática entre os centros de meteorologia de todo o Nordeste e está mantida. “É o período mais chuvoso do Sertão, mas ainda assim, será abaixo da média.
O efeito, com maior intensidade, do fenômeno El Niño deve, inclusive, impedir a recuperação do nível dos reservatórios. Os próximos meses serão difíceis”, explica.
As mudanças visuais, ainda que temporárias, já são verificadas. Bastam alguns milímetros precipitados para mudar o cenário. Uma prova é o registro do Sítio Lajedo, a 10 km do centro de Afogados da Ingazeira. O local, onde nasceu e cresceu o sertanejo Jaelson Pontes, foi fotografado em 25 de dezembro de 2015 e em 31 de janeiro de 2016. “Sempre visito o local. Há 7 anos, moramos na cidade. É bom demais ver a terra assim”, diz.
Apesar de impressionar visualmente, o geógrafo da Universidade Federal do Cariri João Ludgero explica que as plantas xerófitas da caatinga possuem essa capacidade de adaptação devido à evolução. “Elas sobrevivem com pouca água. Para isso, perdem as folhas e ficam acinzentadas para reduzir a transpiração e não reter luz e calor do sol. Além disso, o solo não é profundo, facilitando a absorção de qualquer chuva”, esclarece.
Resta esperar para verificar se as previsões se concretizam ou se, por alguma felicidade do acaso, um Sertão verde continue a ser um incomum, mas sempre bem-vindo, cartão postal do Nordeste…
A vegetação sertaneja
Xerófitas (do grego, “seca”)
Por Ed Wanderley
Fonte: curiosamente.diariodepernambuco.com.br
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