Por meio de um comunicado oficial nesta
quinta-feira, os médicos que atuam no Hospital Regional Fernando Bezerra
(HRFB) em Ouricuri, no Sertão do Araripe, denunciam o atraso de
salários desde dezembro do ano passado, bem como a falta de
medicamentos, equipamentos e insumos, que estão prejudicando o trabalho
dos profissionais de saúde e a assistência à população.
O hospital é regional, administrado pela Santa Casa de Misericórdia,
referência para toda área da IX Gerência Regional de Saúde, e engloba os
municípios de Ouricuri, Araripina, Bodocó, Exu, Granito, Ipubi,
Moreilândia, Parnamirim, Santa Cruz, Santa Filomena e Trindade.
De acordo com o diretor do Simepe, Alexandre Arrais, da Regional de
Ouricuri, a crise econômica que atinge os governos estaduais e
municipais acaba trazendo problemas para os setores da educação, saúde e
segurança.
“Os médicos não estão imunes, o que resulta em aflição para a
categoria e funcionários do HRFB. O atraso salarial reflete diretamente
nas condições de trabalho, alimentação e de atendimento dos pacientes.
Além disso, os equipamentos sucateados, sem manutenção necessária
repercutem negativamente dentro da instituição. Vários itens do ambiente
de trabalho ficam comprometidos.”, afirma.
“As condições de trabalho precárias acarretaram na suspensão das
cirurgias eletivas e aumentaram a fila de espera. A situação é
desconfortável para todos nós médicos. De 10 leitos na UTI, três foram
desativados”, disse.
Segundo a entidade, faltam medicamentos, luvas, equipamentos para
determinadas cirurgias. “Na semana passada, por exemplo, houve a
possibilidade da não abertura do bloco cirúrgico, porque não havia
máscaras. Que foram compradas em regime emergencial pela gestão do
hospital. Os fornecedores reclamam que estão sem receber os recursos
financeiros, que tem refletido na entrega dos produtos e insumos”.
De acordo com a entidade sindical, a Santa Casa, por sua vez, alega
que os atrasos salariais são em decorrência da falta de repasse de
recursos do Governo do Estado e frisou que outras unidades terceirizadas
em outras cidades, mesmo com atrasos de pagamentos, estão funcionando
normalmente.
“Não estamos aqui para apontar culpados e sim para pedir que haja
soluções, para fazer da comunidade parceira da região do Araripe. De
nossa parte, mesmo com atraso salarial, não existe movimento de
paralisação. Apenas lamentamos que, muitas vezes precisamos atender,
resolver o problema, porém, não dispomos de equipamentos e melhores
condições. Nossa profissão se equilibra entre o pouco e o nada tem”,
declarou.
Fonte: Blog de Jamildo
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